Maldições
cumpridas
Tradução de João A. de Souza Filho
Extraído de They Foresaw the Future, de Justine
Glass
Nota do tradutor: Os que conhecem
as Escrituras conhecem os casos de maldições na Bíblia que se cumpriram durante
décadas e séculos. É óbvio que o autor do livro não pesquisou os vários casos
de maldições na Bíblia, como a proferida sobre a casa de Eli, de que todo macho
morreria, a maldição sobre a casa de Davi etc. Traduzi este artigo para que o
leitor veja como um pesquisador não cristão analisa e vê a questão das
maldições. O livro foi editado em 1969.
Quinze
séculos antes de Cristo, um dos maiores filósofos hindus disse: “Enquanto os
homens tiverem fé nas bênçãos, certamente crerão também em maldições”. Em
outras palavras, se uma força existe, ela pode ser usada construtivamente ou
destrutivamente, conforme o propósito de quem a opera. Se existem bênçãos, então existem também
maldições. O poder ativo será necessariamente o mesmo em ambos os casos.
Maldições
e bênçãos, é claro, eram coisas inquestionáveis durante muitos séculos. A
ciência moderna afirma que somente os ignorantes e supersticiosos dão crédito a
essas idéias que persistem existir desde tempos remotos. Ultimamente com as
descobertas da ciência e do conhecimento do poder da mente, alguns cientistas
admitem que, concentrando-se tais forças, impregnadas com ódio ou com amor,
seria possível transferir para um objeto uma influência boa ou má, da mesma
forma como uma peça de aço reage ao magnetismo. A vontade humana, sendo o maior
de todos os magnetismos, ao ser usada conforme
a lei que a governa, poderá atrair as condições construtivas ou
destrutivas com repercussões no espaço físico – no corpo de uma pessoa. Esta é
uma teoria baseada no conhecimento de que todas as formas de matéria, como as
rochas, a terra e até o corpo humano são feitos de átomos, que vibram num ritmo
predeterminado e, sendo dirigidos por um tipo de inteligência – uma
inteligência que os adeptos do passado e de uma mente treinada hoje podem
conduzir com um propósito definido.
Quem
sabe isto soe como uma lenda às pessoas que não aceitam como normal uma ideia
nova. Como bem expressou o falecido químico Sir Willian Crookers numa palestra
em que tratava das novas e inacreditáveis teorias da composição da matéria:
“Senhores, o que vou dizer a vocês soará aos seus ouvidos como uma
impossibilidade de acordo com as leis estabelecidas da natureza. No entanto, é
verdadeiro”.
Assim
acontece também com as maldições. Existem provas substanciais para demonstrar
que “esta impossibilidade de acordo com as leis estabelecidas da natureza” é
uma realidade. Podemos negá-la; podemos achar que tudo não passa de
coincidências, não uma maldição. Em primeiro lugar, nem todas as evidências são
falsas; em segundo, seria mais que coincidência se todos os acontecimentos em
todos os casos fossem coincidentes. Quanto a negação, à luz das recentes
descobertas das misteriosas descobertas do poder da mente, as palavras de
Schopenhauer parecem sintetizar a situação: “O fato de você negar (alguma
coisa) não significa que você seja pessoa de superior inteligência; apenas
prova que você ignora as últimas aquisições do conhecimento”.
Os
egípcios eram mestres na arte da maldição. O ritual conhecido como “amarração”,
era representado na linguagem ideográfica egípcia com o desenho de um nó numa
corda, e representada também pela palavra na forma de um mantra repetitivo ou
afirmativo, o que criava a condição necessária que conectava ou fazia o link
com um objeto ou com uma pessoa. A palavra era – e ainda é – considerada um dos
mais importantes fatores da magia.
As
duas maiores fontes do poder da maldição eram a associação do sentido da
palavra com o seu som ou com a vibração da fala. A palavra tinha de ser
proferida num certo tom, chamado de Ma-Khru, ou voz perfeita, a palavra da
verdade, que liberava a força da vibração do poder criativo ou destrutivo nela
contido. As palavras de poder que faziam parte do mistério profundo do
ensinamento teúrgico, eram formadas no Egito com a combinação de letras
ideográficas, aprendidas quando o sistema fonético gramatical da escrita era
desenvolvido.
A
maldição invocada para a proteção de uma múmia parece que existia fortemente no
Egito antigo, pois os egípcios criam literalmente na ressurreição do corpo
físico. Os egípcios acreditavam que na próxima encarnação se utilizariam dos
mesmos átomos e elétrons, inda que essas palavras, obviamente não eram as que
eles usavam. Sir Ernest Wallis Budge menciona que algo estava escrito no Livro dos Mortos e do ritual (maldição)
para proteger a múmia caso esta fosse removida da região do Nilo.
“Não há dúvidas de que
quando o corpo era depositado em seu lugar de descanso na tumba, o sacerdote
pronunciava certas palavras, fórmulas ou orações sobre o corpo, e é provável
que a recitação dessas palavras acompanhadas pela realização de certas
cerimônias... temos o direito de supor de que eram palavras dirigidas ao Deus
dos deuses da comunidade a favor do morto, e que as palavras continham súplicas
pelo bem-estar do finado no mundo além-túmulo... certas porções de textos que
foram incorporadas em obras religiosas em períodos recentes mostram que a vida
que o egípcio esperava viver depois da morte era similar a mesma vida que tinha
na terra, e está claro de que o egípcio pensava que a preservação natural e material
do corpo estivesse em condições necessárias para a obtenção dessa vida.”
Nem
todos os corpos de múmias eram protegidos com este ritual. Existem múmias em
várias partes do mundo, no entanto não existem notícias de um alto índice de
mortalidade entre os arqueólogos, mas também é possível que mortes repentinas
de alguns desses homens jamais foram noticiadas pela imprensa. É possível
também que os rituais de alguns desses sacerdotes não tenham sido eficientes e
deixaram de funcionar. Além de obter conhecimento, para poderem rogar uma praga
é essencial, para poder elevar a consciência a um alto pico, estar inflamado,
como disse Abramelin, o mago: “Inflame-se em oração”.
Em
alguns casos, o ritual da amarração parece ter sido eficaz. A morte de Lord
Carnavon depois de abrir a tumba do Faraó Tutancâmon foi repentina e dramática,
o que é lógico. O poder da maldição estava dirigido diretamente contra ele como
organizador e líder do projeto, e um ou dois de seus colegas também morreram.
A
tampa de vidro grosso que cobre a múmia no Museu Britânico já por duas vezes
foi despedaçada, sem causa aparente, conforme escreveu um cientista de renome e
escritor. Isto teria acontecido ao redor de 1920. A múmia, ao que
parece, não está muito ativa desde então. Claro, as autoridades do museu
oficialmente nada sabem sobre estes casos.
Um
egiptólogo muito chegado à nossa família também foi alvo da maldição da múmia.
Esta pessoa tirou a tampa da tumba de um famoso Faraó – esqueci de qual
dinastia. Ele obteve permissão para levar a múmia para a Inglaterra, mas, por
alguma razão decidiu de que queria apenas a cabeça – apesar das advertências
dos papiros encontrados dentro da tumba de que a pessoa que mutilasse a múmia,
morreria também com a mutilação do membro em seu corpo.
O
professor que achava que as maldições eram lendas da carochinha, levou a cabeça
da múmia para a Inglaterra – e a partir daí começaram a acontecer coisas
terríveis dentro de sua casa. A cabeça o acompanhou na viagem para inspecionar
sua plantação de cana de açúcar que ele tinha nas Índias Ocidentais. Ele era um
bom empregador, e seus empregados não reclamavam dele, no entanto, certo dia em
que ele cavalgava pela propriedade, um grupo de empregados o derrubou do
cavalo, e bateram na cabeça dele com correntes. Um de seus filhos teve um
acidente de moto e ficou seriamente machucado. Seu filho mais jovem caiu da
janela batendo com a cabeça num vidro, se machucou bastante, mas não morreu. O
desastre acompanhou a família por tanto tempo que a viúva do professor enviou a
cabeça da múmia de volta pro Egito. Depois disso cessaram as maldições.
Para
nós que conhecemos o Egito antigo tal como eles no passado, a maldição não é
uma arte perdida.
Máquinas
foram também objeto de maldição, bem como monumentos de cera em museus, imagens
de pessoas, símbolos etc.
A maldição do carro vermelho
O
automóvel vermelho forte no qual o arque-duque Franz Ferdinand e sua esposa
foram assassinados em Sarajevo em junho de 1914 carregava consigo uma maldição,
se bem que ninguém sabe quem pronunciou tal maldição e por que.
Os
assassinatos intrigaram a Primeira Grande Guerra. Uma semana depois do começo
da guerra, o comandante da Quinta Corporação Austríaca, General Oscar Potiorek
cercou a casa do governador de Sarajevo em cuja garagem estava guardado o carro
vermelho. Vinte e um dias depois que o general pegou o carro da garagem do
governador, ele foi derrotado de maneira catastrófica em Valjevo, e ali foi
afastado do comando da tropa. Enviado de volta a Viena, caiu em desgraça, viveu
na pobreza, ficou louco e morreu numa casa de amparo.
Um
capitão que havia servido com Potiorek foi o próximo proprietário do opulento
carro vermelho. Nove dias depois, enquanto dirigia por uma estradinha do
interior, Potiorek atropelou dois agricultores à beira da estrada, desgovernado
bateu numa árvore, rebentou com o carro, e o tiraram morto do meio das
ferragens.
O
carro foi consertado. Depois da guerra o novo governador da Iugoslávia
tornou-se proprietário do carro vermelho. Em quatro meses ele se envolveu em quatro
acidentes e num deles perdeu seu braço direito. Ele ordenou que o carro fosse
destruído, mas foi persuadido a vendê-lo para o Dr. Srkis, que, intrigado,
queria possuir um carro com tanta história. Ele afirmou que não acreditava que
o carro tivesse uma maldição. A má reputação estava numa série de coincidências
trágicas.
Durante
seis meses ia tudo bem. Até que, certo dia o carro e seu motorista foram
encontrados ao lado de uma rodovia. O carro havia capotado, estava de rodas pro
ar, mas não ficou muito amassado. Ao lado estava o corpo do Dr. Srkis. Ele
morreu esmagado, quando o carro virou sobre ele.
O
carro, então, foi vendido a um rico joalheiro, que o dirigiu durante um ano sem
qualquer incidente, e então o joalheiro se suicidou. Outro médico o comprou,
mas antes que lhe acontecesse alguma coisa, ele vendeu o carro, porque seus
pacientes, sabendo da maldição do carro vermelho começaram a abandonar sua
clínica.
Seu
próximo proprietário foi um automobilista suíço, que usou o carro para competir
numa corrida em Dolomite, e durante a corrida o carro se desgovernou e saiu da
pista. Bateu num muro de pedra e seu motorista foi atirado pra fora do veículo
e morreu.
Um
abastado fazendeiro de Sarajevo adquiriu o veículo, o recuperou e o dirigiu por
vários meses. Certa manhã o carro enguiçou, e, como ninguém conseguia fazê-lo
pegar, o fazendeiro persuadiu o dono de um carro que passava pelo local para
rebocar seu carro até a cidade. Logo que saíram, o carro voltou a funcionar
repentinamente, e saltando pra frente rompeu a corda que o puxava.
Desgovernou-se pela estrada a fora, deu um cavalo de pau e o fazendeiro foi
jogado pra fora do carro, e morreu.
Demolido
como estava, o dono de uma garagem Tibor Hirshfeld, o comprou, remodelou-o,
mudou a cor de Vermelho para azul e começou a dirigi-lo pela cidade. Certo dia,
quando levava seis amigos para a uma festa de casamento, ele bateu noutro
automóvel, e Tibor Hirshfeld e quatro de seus amigos morreram no acidente.
E,
então, o governo da Áustria, talvez por associar o carro ao Arque-duque Franz
Ferdinand o adquiriu, remodelou-o e o colocou num museu de Viena, onde se
esperava que não causasse mais nenhuma morte. Afinal, catorze pessoas morreram por
causa deste carro. Havia sido também um dos motivos da Primeira Grande Guerra e
numa guerra foi também destruído. Uma bomba do exército aliado foi lançada
sobre o museu de Viena onde estava o carro, e a maldição, finalmente foi
exorcizada.
Outro caso.
No
fim da década de 1940 houve uma campanha na ilha da Sicília pela captura de
Salvator Giuliaro. Ele era o maior bandido dos tempos modernos, chefe de uma
organização que queria a independência da Sicília, praticamente o seu rei.
Prender Giuliano vivo ou morto era a prioridade das autoridades, mas, de alguma
forma nem a polícia federal, o serviço secreto, os carabineris ou os soldados
das forças armadas conseguiram prendê-lo. Tudo o que conseguiam era algum
infortúnio.
Foi
então que o jovem Giuliano, com apenas 28 anos foi encontrado morto, cravado de
balas. Ninguém sabia como isto aconteceu nem quem o matou; ninguém pediu a
recompensa pela morte dele. Sua mãe, beijando os ferimentos do filho disse:
“Meus lábios... eles te traíram”. E amaldiçoou os traidores.
Mais
tarde Gaspare Piscotta, velho amigo de Giuliano foi preso sob a acusação de o
haver matado e por outros crimes. No dia 9 de fevereiro de 1954 enquanto
aguardava julgamento na prisão, Piscotta começou a gritar agonizante. Dentro de
uma hora estava morto. Não encontraram nele a causa da morte. Três semanas
depois, oito pessoas que eram suspeitas de ter traído a Giuliano ficaram
terrivelmente doentes.
Conforme
os códigos primitivos da Sicília esta era a prova de sua culpa. Uma maldição,
só funciona corretamente se tiver uma base justa. Ao destruir ou causar danos
numa pessoa, aquela pessoa deve ser culpada do crime, por isso a maldição a
alcançou.
O fim de uma dinastia
A
dinastia dos Hapsburg foi amaldiçoada duas vezes – poderia se afirmar, com
justa razão – por um padre húngaro, quando a Hungria era parte do império austro-húngaro
e pela condessa Karoliy da Hungria cujo filho foi morto numa das revoltas
contra os invasores. O imperador Franz Josef foi amaldiçoado por ambos, porque
foi ele que ordenou a revolta da Hungria e a morte do filho da condessa.
Sofrendo
a agonia da morte de seu filho (emoção é algo essencial para uma maldição
funcionar), a condessa gritou: “Que o céu e o inferno caiam sobre Franz
afetando sua felicidade. Que sua família seja exterminada.
Que ele seja
esmagado por aquelas pessoas que ele mais ama. Que sua vida se torne um
desastre, e que seus filhos experimentem a ruína”.
Uma
por uma as maldições se cumpriram. Maximiliano, irmão do Imperador, um homem
considerado fraco
que fizera parte da mal-sucedida investida contra o México
pela mediocridade de Napoleão III da França, foi morto por uma esquadra
revolucionária no México. Em Roma, quando sua esposa Carlota soube do que
acontecera, para onde fora a fim de suplicar ao Papa a favor de seu esposo,
ficou louca.
Franz
Joséf se casou com uma linda moça e, ao que parece vivia feliz. Mas eram de
temperamentos opostos, e logo começaram a divergir. Dizem que Elizabete começou
a ter amantes e havia rumores de que ela era uma psicótica. O imperador tinha
um caráter terrível e começou a alienar-se da esposa e de seu filho Rudolph,
príncipe regente. Ele achava que seu filho era um irresponsável, e por isso
brigavam muito. Mais tarde se tornaram inimigos, e Rodolph se tornou um
playboy. Começaram a surgir escândalos sobre ele, e o pior escândalo foi quando
ele foi encontrado morto com sua amante, a baronesa Maria Vetsera, numa cabana
de caça em Mayerling.
Depois
da morte do filho Elizabete ficou doente, e depois que se recuperou passou a
viver em reclusão. Mais
tarde, passou a vagar viajando constantemente para fora da Áustria. Quando
visitava Genebra em 1898, ao sair da hotel para pegar um barco a vapor, foi
assassinada por um anarquista e morreu algumas horas depois.
Tragédias
se sucederam na família de Franz Joséf. Sofie, a duquesa de Alençon foi morta
queimada em Paris. A
arqui-duquesa Matilda morreu queimada quando seu vestido de balão pegou fogo. O
arque-duque John de Toscana desapareceu em alto mar. O arque-duque Wilhelm
Franz Carl morreu ao cair do cavalo; o louco rei Ludwig da Bavária suicidou-se
por afogamento. O conde Ludwig de Tirana se suicidou.
Outros
parentes se tornaram excêntricos ou foram vítimas de complôs e passaram por
dificuldades. As mulheres que se casaram com Franz Joséf foram consideradas
indignas de fazerem parte da dinastia dos Hapsburg.
No
ano de 1914 o herdeiro do imperador e sua esposa foram mortos em Sarajevo por
um estudante sérvio, Gavrilo Princip. Este foi o começo da culminação da
maldição, cujo pico foi a morte de Franz Joséf, quando terminou sua vida aos 89
anos de idade, quando uma revolução acabou com os remanescentes da família
imperial e a Áustria se tornou uma república. E teve fim a dinastia.
A maldição sobre o rei
da Espanha
A
Hungria faz parte da lista de maldições que destruiu outro rei. Trata-se do rei
Alfonso XII da Espanha, que ganhou de presente um lindo anel – que continha uma
maldição se fosse tirado da Hungria. No dia de seu casamento Alfonso deu o anel
de presente à sua noiva, que morreu logo em seguida. Depois ,
deu o anel de presente a sua cunhada, que também morreu logo depois. Alfonso
descuidou-se e usou ele mesmo o anel, e dentro de doze meses também morreu. O
anel foi enviado a uma igreja de Madri para ser exorcizado.
Alfonso
sabia da maldição e a ignorou, por isso morreu.
A maldição do diamante
azul
Veja
a história do diamante azul. Era a maior jóia que havia no mercado, e um dos
mais perfeitos diamantes encontrados, que pesava quarenta e quatro carats, (um carat é equivalente a 200
miligramas de peso), seu tamanho era de cinco centímetros (duas polegadas) por
sete oitavas de polegada. Foi retirado da testa de uma estátua de Buda, e a
maldição dizia: “Esta pedra foi consagrada a Deus. O profano que a tocar
enfrentará desgraças ou morte violenta”.
A
trilha de crimes, loucura e violência que marcaram a rota do diamante de dono
para dono começou quando João Batista Tavernier, viajante francês e joalheiro,
trouxe a pedra consigo do Oriente e a vendeu para Luiz XIV em 1668. Luiz,
alegre por ter tão lindo diamante recompensou Tavernier com títulos de nobreza
por haver encontrado tal raridade. Tavernier comprou o território de Aubonne,
próximo a Genebra. Depois de um ano de desgraças, morreu em Moscou em 1689
completamente pobre.
Willen
Fals de Amsterdam, contratado por Luiz para cortar a pedra, mal havia começado
sua tarefa quando começou sua desgraça. Seu negócio, outrora próspero faliu.
Seu filho se suicidou, e ele mesmo morreu em completa ruína.
Luiz
XIV só morreu em 1715 quando praticamente havia destruído a França. Tanto Luiz
quando seu filho mais velho morreram prematuramente.
O
reinado de Luiz XV Le Bien Aimé que
herdou o diamante azul, foi um reino cheio de desastres, problemas econômicos e
miséria total do país. Os excessos enfraqueceram o seu reino de tal maneira que
quando uma epidemia de sarampo tomou conta do país em 1774, enfraquecido
fisicamente contraiu a moléstia e morreu naquele ano.
Luiz
XVI se tornou o próximo dono do diamante azul. Era uma das jóias favoritas de
Maria Antonieta. Ocasionalmente ela o emprestava à sua amiga, a princesa
Lambelle. Os três morreram durante o Reino de Terror.
O
nome de seu possuidor é registrado como Francis Beaulieu. Depois de morrer de
fome na prisão, não existe rastro do diamante por vários anos, até que
reapareceu no mercado e foi adquirido pelo banqueiro Thomas Hope por 90 mil
dólares. Seu descendente. Lord Francis Hope, depois de uma série de perdas e
tragédias, vendeu a jóia em 1901.
Ao
que parece o diamante ficou inoperante enquanto esteve nas mãos de Hope. O
próximo possuidor, o joalheiro nova-iorquino Samuel Frankel, não foi tão
sortudo. Logo que a jóia caiu em suas mãos, sua empresa entrou em falência. Antes de
perder totalmente sua empresa, ele se desfez do diamante para Colin Broku.
Ainda que o senhor Broku o tenha vendido imediatamente para o príncipe Kanitovsky,
não escapou da maldição. Ficou louco e se suicidou logo que a venda foi
realizada.
O
príncipe Kanitovsky deu o diamante de presente a sua amante, uma linda moça que
era atriz no Folies Bergères. Na primeira noite, ao fazer a primeira
apresentação de uma nova peça teatral ela subiu ao palco ostentando no peito o
diamante azul com um ar de orgulho. O triunfo de Lorena Laduc foi momentâneo.
Quando o holofote a iluminou, seu amante, que estava sentado numa tribuna de
honra atirou no peito dela. O diamante fez mais uma vítima. Ele nunca foi preso
por tal crime. Dois dias depois da morte de Lorena e antes que se suspeitasse
do namorado, membros de um partido terrorista da Rússia invadiram sua casa e o
esfaquearam até a morte.
O
diamante foi levado por um grego de nome Montharides. Pouco tempo depois de
haver comprado a jóia, ele, sua esposa e seus filhos foram capturados por uma
brigada e jogados num precipício.
Durante
algum tempo não se soube do paradeiro do diamante azul. Foi visto como parte da
coleção de Salma Zubata, e era a pedra favorita do ex-sultão Abdul-Hamid de
quem foi adquirida.
A
maldição do diamante parece ter causado algum estrago antes de parar nas mãos
de Salma. O sultão a enviara a um joalheiro, Abu Sabir para ser polido. Quando
Abu jurou que a pedra não havia chegado às suas mãos, foi preso durante algum
tempo (como louco), até que recobrou os sentidos. Nesse meio tempo o diamante
foi encontrado com o guardião da cadeia que morreu misteriosamente por
estrangulamento. Muitos cuidados foram tomados para que o diamante não fosse
roubado, mas um eunuco conseguiu roubá-lo. O ladrão foi encontrado, preso e
sumariamente enforcado num poste de luz de Constantinopla.
Depois
deste interlúdio sanguinolento, o diamante retornou ao Sultão que o presenteou
a Salma. Logo depois ela foi morta a tiros pelo sultão quando uma gangue de
jovens turcos irrompeu no palácio, possivelmente para livrar Salma da morte. Os
jovens turcos se apoderaram da joia e a levaram do palácio. Eles a venderam a
um tal de Habib, que se afogou ao largo de Cingapura. O sultão escapou de
morrer pela maldição do diamante, porque perdeu apenas o seu reino de onde foi
deposto logo depois de um complô.
Em
1911 Edward McLean, dono do Washington Post comprou o diamante de Cartier, o
famoso joalheiro francês por 260 mil dólares. Sua esposa, que conhecia a
história do diamante foi contrária à aquisição da joia a ponto de levar Edward
a cancelar a compra. Carter o acionou judicialmente, e depois o dono do
Washington Post concordou em ter o diamante de volta por 180 mil dólares em
janeiro de 1912, contra a vontade de sua esposa. Logo depois a mãe dele morreu
de pneumonia, e este foi apenas o começo da maldição em família.
Os
McLean tinham um filho, Vinson, um bebê de dois ou três meses de idade quando o
diamante azul foi por eles adquirido. Não havia herdeiros em ambos os lados da
família para herdar a fortuna de McLean que era de valor considerável. Os
McLean eram proprietários de jornais e donos do sistema público de transportes
de Washington. As riquezas dos Walshes por parte da família de sua mãe incluíam
uma mina de ouro de Camp Bird, a mais rica do Colorado. Sem idade para saber, o
menino era um dos mais ricos da América, com todos os direitos, porque seu tio
fora morto num acidente de carro. A riqueza do menino Vinson era estimada em
mais de cento e cinqüenta milhões de dólares, e era tratado pela imprensa como
o menino mais rico do mundo.
O
menino era cercado de restrições. Não podia se movimentar a qualquer lugar a
não ser acompanhado por guardas armados. Nas casas em que vivia, cercas enormes
cortavam seus passos impedindo-o de ir além dos limites da propriedade. Mas,
certo dia ele estava brincando próximo a cerca de uma das propriedades quando
um carro desgovernado dirigido por uma mulher atingiu o “menino de milhões de
dólares” que morreu algumas horas depois.
Existe
ou existiu outro diamante azul, igual em qualidade e cor ao diamante da
esperança. O especialista em diamantes Edward Streeter
que o examinou, afirmou que havia sido retirado da mesma pedra quando ela foi
cortada por Tavernier. Ele possui outra característica saliente do mesmo
diamante azul: Uma maldição que opera de forma igual.
A
pequena gema é conhecida como o diamante Pingo Azul de Brunswick. Quando chegou
às mãos da família da casa de Brunswick estes começaram a experimentar
tragédias e desastres.
A
primeira baixa aconteceu quando o duque Willian Charles Ferdinand foi ferido
mortalmente na batalha de Jena em 1806. Logo depois, seu herdeiro morreu. Seu
segundo filho abdicou do trono. Frederik Willian, o próximo na linha de
sucessão foi morto em
Quatre-Bras. O duque de Cumberland, que mais tarde se tornou
duque de Brunswick, quando seu companheiro, duque Willian morreu em 1884 perdeu
seu herdeiro num acidente. Seu segundo filho para quem deixou o direito ao
título em Outubro de 1912 se casou com a filha única do Kaiser alemão. Depois
da guerra de 1914-18 seu reino foi incorporado a Alemanha. A casa dos Brunswick
chegou ao fim.
Alester Crowley, o
feiticeiro
Outro
acontecimento que mostra o poder da palavra penetrar um objeto com uma força
que pode causar efeitos em pessoas me foi mencionado por Gerald Yorke, o mestre
Oriental, pesquisador e especialista em ocultismo.
Depois
da morte, cerca de quinze anos atrás de Aleister Crowley (o livro de onde estou
tirando essas notas foi publicado em 1969 – NT), a quem o senhor Yorke conhecia
muito bem e que era famoso como grande mágico e mestre das artes ocultas, um
homem, colega de Crowley trouxe a este meu amigo um livro de fórmulas de magia.
Yorke, que sabia que Crowley havia deixado este livro de fórmulas mágicas em
seu testamento para ser doado a determinado museu, advertiu quanto a sua
aquisição. O outro homem, ansioso em possuí-lo não deu ouvidos as advertências
de Yorker.
Ele
adquiriu o livro de fórmulas de magias, com um bônus extra: Pegou uma
enfermidade misteriosa, que nenhum médico conseguia diagnosticar e nem curar.
Ficou cada vez pior. Finalmente, prestes a morrer, e querendo salvar sua vida
enviou o livro de fórmulas para o museu especificado por Aleister Crowley. Ele
o devolveu ao meu amigo Yorker que providenciou que fosse entregue ao museu em questão. Yorker me
contou que enquanto ele estava na casa dessa pessoa, a esposa dele que nunca
sofrera de enfermidade alguma começou a ter dores muito fortes no pescoço, que
desapareceu assim que o livro foi tirado da casa. O mesmo aconteceu com a
enfermidade do homem que o havia adquirido. Ficou curado!
O trompete de prata
Na
loja Christie, famosa pelos leilões de arte, um lugar em que se pode ter ideia
do poder financeiro que existe no mundo, as precauções de uma maldição foram
levadas a sério antes de se vender a trombeta de prata que pertencera a Charles
II. A venda foi em 1967.
A
trombeta, conhecida como a Luck de Woodsome Hall, conforme a tradição deveria
ser tocada apenas em ocasiões importantes, caso contrário, a desgraça se
abateria sobre seu dono. Dois proprietários que ignoraram o alerta não viveram
nem tiveram tempo de se arrepender. Um foi morto num acidente durante uma caçada
e o outro cometeu suicídio.
O
leiloeiro da loja Christie pediu ao musicólogo Eric Halfpenny para tocar o
trompete, na hora do leilão, que logo foi vendido a Michael Dalgleish que o
adquiriu para dar de presente ao seu filho de treze anos de idade, que não
estava disposto a interromper os termos da tradição. Ele só tocava o trompete
em ocasiões especiais.
Exemplos
de maldição lançada sobre uma família, de geração a geração eram comuns no
passado. Hoje poucos são os exemplos. Quem sabe a sombra das maldições operava
nos proprietários de grandes terras. Em alguns casos as famílias desapareceram
totalmente.
A família Sheridan
A
linha sucessória direta da família Sheridan, por exemplo, não mais existe. Uma
maldição lançada sobre a família dizia que seus herdeiros nunca viveriam, de
que morreriam no dia do vigésimo primeiro aniversário, o que se cumpriu nas
gerações seguintes. Quando Clare Frewen, prima de Winston Church se casou com
um Sheridan, quem (como segundo filho) se tornou o chefe do clã, ela, depois do
casamento deu à luz um menino. Ele era o herdeiro. Não haveria um segundo filho
porque seu marido morrera na guerra de 1914.
Se a maldição se cumprisse, a
linha sucessória acabaria. A data crucial, o dia de seu aniversário quando
faria vinte e um anos de idade, veio e se foi. Ele continuava vivo. Quem sabe,
finalmente, a maldição terminou. Algumas semanas depois de adquirir sua
maioridade, o filho de Clare Sheridan que estava passeando pela Europa, pegou
uma pneumonia e morreu.
Derwentwater,
outra família que recebera uma palavra de maldição de que se exterminaria
desapareceu completamente, como se nunca tivesse existido. Um sinal de alerta
soaria, dizia a profecia, quando o cumprimento da maldição estivesse se
aproximando.
Quando a folha verde de
um carvalho ficar vermelha
O último descendente
morrerá em sua cama
A raposa e a coruja
habitarão nas suas varandas
O morcego e a aranha
subirão pelas paredes,
Suas terras uma mão
forte prejudicará
E o nome de sua raça
para sempre desaparecerá!
A
família Derwentwaters era católica. James, o último remanescente foi
pressionado por seus co-religiosos a tomar parte da rebelião dos jacobitas
contra George I, mas ele não queria nisso se envolver. Por fim se rendeu aos
insurgentes. Dizem que tomou essa decisão certo dia quando cavalgava por suas
terras. Ao tomar a decisão esporeou o cavalo e se dirigiu a um local chamado de
Águas do Diabo. Ao olhar para o alto de uma árvore coberta por folhas verdes
viu uma folha de carvalho avermelhada prematuramente.
Bob
James e seu irmão mais novo Charles lutaram com os jacobitas em Preston. Ambos
foram feitos prisioneiros pelo General Henry Lumley, comandante das forças
reais. James foi aprisionado na Torre Devereux na Torre de Londres. Nove dias
depois, em seu julgamento, ele se declarou culpado pela insurreição, e havia
pedido aos que foram presos com ele que se confessassem culpados esperando a
mercê do rei. Ele foi sentenciado a morte.
Muitas
petições foram enviadas ao rei pedindo a absolvição dele. Três de seus
co-prisioneiros foram libertados, mas George I influenciado por Robert Walpole
que confessou que lhe ofereceram 60 mil libras como suborno para salvar a vida
de James, decidiu não libertá-lo. James Radclife, Lord Derwentwater morreu
decapitado na torre Hill em 24 de fevereiro de 1716. Ele tinha vinte e sete
anos de idade.
Seu
irmão mais novo, Charles, nascido no dia 5 de setembro de 1693 foi também
declarado culpado e condenado a morte. Foi aprisionado em Newgate, parece que
havia sido perdoado, mas surgiu a chance de fugir com outros 13 prisioneiros, e
conseguiu alcançar o continente onde se uniu com a família Stuart, atuando
durante algum tempo como secretário do príncipe Charles Edward.
Em
1724 ele se casou com Charlotte, a viúva rica de Thomas Clifford. Antes e depois
do casamento Charles fez viagens secretas para a Inglaterra, sem ser descoberto
até novembro de 1745 quando foi capturado perto de Dogger Bank, a bordo de um
navio francês que levava munições para Young Chevalier.
Levado
para a torre foi condenado a morte. A frase “Suas terras uma mão forte
prejudicará” se cumpriu. Os juízes que não estavam preparados para perdoar a
Charles.
Charles Radcliff, o último da linha sucessória, foi decapitado como
herdeiro em vez de uma pessoa comum em 8 de dezembro de 1746. Nesse dia, a
maldição, “E o nome de sua raça para sempre desaparecerá!” e a profecia de uma
cigana se cumpriu. Ao ler a mão do rapaz anos antes quando este tinha dezesseis
anos, disse-lhe que via um machado ensangüentado com a lâmina na direção da
cabeça dele.
(E,
como as maldições da Bíblia, assim acontece até hoje! – NT).